Coisas do Cinema – Saraband (2003)

Um filme eximiamente realizado por um notável senhor em idade avançada. (Ingmar Bergman, 1918)

É o filme que melhor retrata o Vazio; é um impetuoso dreno de Calor, ou talvez a sua subtil e contínua presença (do Calor). Arrebatador para quem tenha mais vinte anos que eu, desconfio.

As expressões faciais das personagens são magistrais na sua perfeição; o mundo do cinema digital que Hitchcock (por exemplo) não pôde explorar...

Não me recordo de ter existido uma presença concreta de amor, isto dito na minha juvenil(idade).

Este é um filme que demarca definitivamente os limites da tecnologia cinematográfica actual; é um delicado primeiro acenar de adeus à película, com todo o respeito que ela merece.

A banda sonora é bem original (nos tempos que correm...): o silêncio.

O Saraband, por estes e outros motivos, é seriamente recomendado pelo Muitas Coisas.

Em exibição em Portugal apenas no Alvaláxia (Lisboa).

Mais é aqui.