quarta-feira, abril 06, 2005

Coisas do Quo - Cartoon do dia #35

2 Comentários:

Às 07 abril, 2005 16:27, Anonymous Anónimo disse...

Caro Arroz de estragão, andei a procura de um sitio p postar isto, mas encontrei, por isso postei aqui, isto é algo que faz pensar...




Carta escrita no ano 2070




Ano 2070 acabo de completar os 50, mas a minha aparência é de


alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca


àgua. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais


idosas nesta sociedade. Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito


diferente. Havia muitas arvores nos parques, as casas tinham


bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com


cerca de uma hora.





Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Antes


todas as mulheres mostravam as sua formosa cabeleira. Agora devemos


rapar a cabeça para a manter limpa sem agua. Antes o meu pai lavava


o carro com a agua que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não


acreditam que a agua se utilizava dessa forma. Recordo que havia


muitos anuncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes


ligava; pensavamos que a água jamais se podia terminar.





Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos acuíferos estão


irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes a quantidade de


agua indicada como ideal para beber era oito copos por dia por


pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é


descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo;


tivemos que voltar a usar os poços sépticos (foças) como no século


passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de àgua.





A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos,


enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios


ultravioletas que já não tem a capa de ozono que os filtrava na


atmosfera, imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia


por todos os lados. As infecções gastrointestinais, enfermidades da


pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.





A industria está paralizada e o desemprego é dramático. As fábricas


dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com


agua potável em vez de salário.





Os assaltos por um bidão de agua são comuns nas ruas desertas. A


comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele uma jovem de 20


anos está como se tivesse 40. Os cientificos investigam, mas não há


solução possivel. Não se pode fabricar agua, o oxigénio também está


degradado por falta de arvores o que diminuiu o coeficiente


intelectual das novas gerações.





Alterarou-se a morfologia dos espermatozoides de muitos individuos,


como consequência há muitos meninos com insuficiencias, mutações e


deformações. O governo até nos cobra pelo ar que respiramos. 137 m3


por dia por habitante e adulto. A gente que não pode pagar é


retirada das “zonas ventiladas”, que estão dotadas de gigantescos


pulmões mecanicos que funcional com energia solar, não são de boa


qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos.





Em alguns países ficam manchas de vegetação com o seu respectivo


rio que é fortemente vigiado pelo exercito, a agua voltou-se um


tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui em


troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a


registar-se uma precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano


têm sido severamente transformadas pelas provas atómicas e da


indústria contaminante do século XX. Advertiam-se que havia que


cuidar o meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me


pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os


bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar


banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a agua que


quisesse, o saudável que era a gente. Ela pergunta-me: Papá! Porque


se acabou a agua? Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar


de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que terminou


destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomámos em conta


tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e


sinceramente creio que a vida na terra já não será possivel dentro


de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um


ponto irreversivel.





Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade


compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o


nosso planeta Terra! Documento extraído da revista biográfica


“Crónicas de los Tiempos” de Abril de 2002.

 
Às 08 abril, 2005 01:33, Blogger Sérgio Xavier disse...

Muy bien! Só é pena não sabermos quem é o autor...mas é muito real, sim senhor.

A água ainda há-de dar um valente post ;-)

(para a próxima, envia o que tiveres para o mail do Muitas Coisas para que se lhe possa dar o devido destaque, é uma pena este assunto ficar por aqui, esquecido nos comentários..)

Um abraço e obrigado ;-)

 

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