terça-feira, setembro 26, 2006

Coisas das Viagens - Diário de Bordo IV


IV
3 de Setembro, Sábado, Madrid
Emigrantes

Ao terceiro dia em Madrid, insurgiram-se, finalmente, o André e o Ginete (mais conhecido em Castela por Toňin). O jantar foi o que havia: pasta com atum `a la Xavier. E que bela pasta! É claro que, mesmo `a noite, só é possível andar em casa practicamente despido e foi assim que 2 emigrantes e um turista portugueses jantaram em tronco nú num apartamento no centro de Madrid. Durante o jantar, claro, ouviu-se o eloquente José Cid, com o seu recente Best of. O André diz que sim, que o que ´tá a dar agora em Lisboa, é José Cid, que năo se ouve outra coisa. Mais alguém reparou?

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Pasta com Atum `a la Xavier

Esta refeiçăo é muito práctica e saborosa. Suja-se apenas um tacho, uma faca e uma colher de pau.
É também um prato que é muito barato e rápido de preparar, deixando toda a gente satisfeita.
Costumo fazer isto em "situaçôes limite" como campismo ou escassez de recursos.
Os ingredientes săo fáceis de obter em qualquer zona da Europa, creio.

Ingredientes:
Uma lata de atum por cada pessoa
Uma pasta (esparguete, fussili, macarrăo, etc.)
Uma cebola média por cada duas pessoas
Um dente de alho por cada pessoa
Azeite
Sal Grosso
Pimenta Preta
Uma chávena de vinho branco
Água

Preparaçăo:
Fatiar as cebola em circulos com +-5mm de espessura. Picar os alhos. Pôr tudo na panela e regar com azeite suficiente para refogar. Pitada de sal, pitada de pimenta. Mexer abundantemente. Depois de lentamente refogado (năo deixar queimar a cebola que faz azia) juntar o vinho, pitada de sal, pitada de pimenta. Deixar que tudo se funda, lentamente. Adicionar água (deve ter o dobro do peso da pasta que se pretende adicionar), deixar até ferver. Após a fervura, adicionar a pasta. Deixar cozer, mexendo de quando em vez.
Escorrer as latas de atum. Após a pasta estar cozida (năo deve haver excesso de água nesta altura), apagar o fogăo, adicionar o atum. Servir. Vai bem com cerveja.

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Mas antes de terem chegado mais portugueses, resolvi que era um bom dia para um breve escaparate `a periferia de Madrid. Olhei para o plano do metro e reparei que havia uma estaçăo com o nome " Casa de Campo". Bom, a minha intençăo era ir de Metro e voltar no teleférico de Madrid, tendo a oportunidade - finalmente - de ver os telhados da cidade. Quando saí do Metro, vi absolutamente nada. A Casa de Campo é um área árida infinita; é um deserto com árvores, pássaros e uma ribeira. É aqui que os ukranianos residentes fazem os seus Pic-Nics e jogam `a bola no fim-de-semana. Uma estaçăo de Metro no meio do deserto é o mais estranho de tudo. Se alguém me o souber explicar, agradeço.

É claro que, voltei exactamente pelo sítio de onde vim porque o teleférico, claro, estava parado.

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O Pedro chegou a meio da noite. O apartamento estava agora, definitivamente, composto.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Coisas das Viagens - Diário de Bordo III

III
2 de Setembro, 6a feira, Madrid

Manzanares

No segundo dia fiz um pouco do que nunca tinha feito em Madrid: fui até `a Catedral de Almudena e aos aposentos da monarquia. A catedral é mais interessante por fora do que no seu interior e deixou-me um bocado indiferente. Os aposentos da monarquia, năo entrei, até porque suspeito de que seja mais uma daquelas visitas a palácios em que se věm paredes decoradas, candeeiros e camas de dossel. Bom, isto, para mim, é uma chatice.

No entanto, entre o palácio e o jardim, existe uma interessante resoluçăo urbana que o André saberá explicar muito melhor do que eu. Basicamente, é uma promenade que é efectivamente usada por pessoas (năo só turistas) tendo também um mundo qualquer subterrâneo que năo percebi muito bem. André, faça o favor!

Neste momento, é complicado ver o (já de si pequeno) Manzanares. Está em construçăo um mega projecto que pretende requalificar e valorizar a presença do rio na cidade. Uma vez mais, é uma promenade que se estende por quilómetros e que procura uma relaçăo entre as duas margens. Será desta que nos passa aquele enfado típico de năo ver água em Madrid? Será agora que haverá umas esplanadas cerca da água para se beberem umas caňas?

Outra coisa que se passa em Madrid é o facto de haver uma carrada de jovens que saem cedo da casa dos pais para alugar um apartamento em comum com outros jovens. Isto acontece geralmente antes de se ter um/a namorado/a com o qual se viverá en pecado daí em diante e até ver. Lembro-me que os preços das rendas em Madrid năo săo muito diferentes dos de Lisboa, caros portanto. Mas senti que, quem lá vive, recebe um ordenado maior do que o que receberia em Portugal, fazendo a mesma coisa. Que dizem os emigrantes madrilenos sobre isto?

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A língua, sim, a língua. Nos primeiros dois ou trěs dias, custou-me perceber o que dizem os castelhanos. Mas, depois, tudo se engrenou. E falar, falar também é só apanhar-lhe o jeito da fonética e saber quatro ao cinco palavras que săo muito diferentes do portuguěs. A partir daí, um tipo a falar Portunhol em Madrid, faz-se entender. (năo é tăo mau como preconceituosamente por aí se diz).

O facto é que é raro existir algo que năo esteja traduzido para espanhol; năo encontrei versôes originais nas exibiçôes do cinema...năo se diz "seven-up" mas antes "siete-up"...

Bom, tirando esta caricatura linguística, e tudo o que ela implica na cultura e nos media, está-se muito bem em Madrid. Mas, como diz o Ginete, quem quer praia, tem que ir a Casa...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Coisas das Viagens - Diário de Bordo II

II
1 de Setembro, 5a feira, Madrid
Calle Concepcion Jerónima

Bom, comecei por Madrid porque estavam lá o André e o Ginete, claro. Já lá houvera estado durante uma semana mas, com estes senhores, tudo foi diferente.

Ao chegar a Madrid [3.000.000 habitantes], segui o mapa desenhado pela Maé, ainda em Portugal. Dei com a Calle e subi até ao 4° andar. A chave do André estava em condiçôes, consegui entrar.

Ao entrar, mandei uma joelhada na mesa de vidro e, ao baixar-me para me agarrar `a perna, dei uma cabeçada numa viga do tecto baixinho.

Sentei-me no sofá em amargura e reparei que a casa estava embebida numa espessa camada de pó: tinha havido obras.

Bom, segui o processo mais estúpido e preguiçoso que existe para limpar pó, mas confesso que me deu uma certa alegria criativa: liguei a ventoinha (que, ao mesmo tempo, arrefecia a temperatura destiladora da sala) e saí para ir comprar o meu jantar.

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É impressionante o preço da fruta e vegetais em Madrid, é tudo tăo caro que um tipo facilmente cai na tentaçăo de comer porcarias. Os famosos chorizos El Pozo săo, dentro da comida năo saudável, uma boa alternativa; săo saborosos, těm grăos de pimenta inteiros e văo bem com o păo de cacete espanhol clássico. Existem supermercados Dia% e LIDL em Madrid, e creio que, também em Madrid, săo os mais baratos.

14 de setembro de 2006

Quando voltei `a minha nova casa, é óbvio que a camada de pó era a mesma, só que, agora, havia mais pó no ar.

Liguei a televisăo e percebi que, para além de năo perceber nada, a televisăo espanhola é pouco interessante. Assim sendo, pus a andar o primeiro DVD que encontrei: "Hostel". O filme năo vale nada, especialmente, quando é dobrado em Castelhano.

Adormeci no sofá, e deixei a limpeza do pó para o dia seguinte.

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Outra das coisas interessantes neste apartamento, é o facto de um tipo năo conseguir tomar um duche de pé. A posiçăo mais ergonómica e practica para tomar banho neste chuveiro é complicada de descrever e embaraçosa. Năo a vou descrever.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Coisas das Viagens - Diário de Bordo I

13 de setembro de 2006

Olá a todos,

Como prometido a alguns, escrevo agora um relato que conta um pouco daquilo que tem sido a minha experiěncia da viagem que fiz até aqui.

Sem qualquer intençăo de cronologicizar a coisa, e sem dirigir a ninguém em especial mas sim a todos em especial, aqui vai:

Algures em Março do presente ano, fiquei classificado em 3o lugar numa candidatura que fiz para um estágio profissional pela IAESTE. A pessoa que ficou em primeiro lugar, já havia feito um estágio no mesmo contexto no Brasil e desistiu de fazer um segundo. A pessoa que ficou em segundo lugar, afinal, năo tinha formaçăo em Arquitectura, mas sim em Ambiente; a sua candidatura foi anulada. Sendo assim, e apesar das minhas fraquinhas notas de curso, fui eu o seleccionado para fazer este estágio, em Split, Croácia, que começou hoje, precisamente.

É interessante pensar que, ao longo de 12 dias a fazer nenhum, só agora, que comecei a ˝trabalhar˝, é que arranjei tempo e cabeça para escrever este relato. É a velha história de que, nas férias, năo se descansa.

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I
1 de Setembro, 5a feira

Low Cost

No dia 1 de Setembro parti do aeroporto de Lisboa em direcçăo a Madrid. Os aviôes da Vueling tremem um pouco mas até těm bom aspecto e transmitem segurança. Houve uma subida e descida um bocado a pique, sim - há quem diga que é para economizar combustível.

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Mas antes de tudo isto, aconteceu uma coisa muito mais importante: a minha descoberta do mundo dos voos low-cost. Bom, como eu tinha de confirmar burocraticamente a minha vinda para a Croácia, tive de reservar voos com uns cinco meses de anteceděncia. Comecei a pesquisar na Internet companhias de voo que viajassem até á Croácia e descobri duas mais baratas: a GermanWings e a EasyJet. Bom, como ambas as companhias faziam voos com escala, comecei a pensar numa perspectiva de estadia nos sítios em vez de fazer escalas directas e imediatas. Assim, pesquisei escalas possíveis em cidades europeias onde tenho amigos e, ao fazer contas, percebi que năo havia motivo algum para poupar viagens de aviăo.

Veja-se o resultado final:

1 de Setembro: LX-->Madrid [Vueling]
8 de Setembro: Madrid-->London (Gatwick) [EasyJet]
12 de Setembro: London (Gatwick)-->Split [EasyJet]
8 de Novembro: Zagreb-->Berlin [GermanWings]
15 de Novembro: Berlin-->Köln [GermanWings]
17 de Novembro: Köln-->Lisboa [GermanWings]

E, em tudo isto (6 voos), gastei pouco mais que 200€; pouco mais de 40 contos, e tudo já com todas as taxas incluídas.

Bom, se seis voos custam 40 contos, sim, o aviăo é actualmente o meio de transporte mais barato, pelo menos dentro da Europa.

Para além das companhias já mencionadas, fica também o nome de outras low-cost, para os eventuais interessados: Monarch, Opodo, RyanAir.

Para quem năo sabe, ou tem dúvidas, o procedimento que, no meu entender, é mais correcto desde a compra dos bilhetes até a tomada do voo é o seguinte:

1 - PESQUISA
Pesquisar em todos os sites de low-cost e ver qual a melhor alternativa;
Evitar escalas no mesmo dia e, caso elas existam, garantir que os dois voos săo da mesma companhia;
Evitar voos a horas estranhas (1:00-->8:00), pois é complicado (ou caro) ter transporte público a essas horas, independentemente de que aeroporto se trate;
Ter sempre em conta que, quanto maior a anteceděncia do voo, menor o seu preço. Năo é raro encontrarem-se voos a 0.01€, voos esses que, suponho, ainda ninguém comprou qualquer bilhete. Sendo que as taxas de aeroporto năo costumam ultrapassar os 20€, é possível, entăo, encontrar voos com um custo total de apenas estas taxas (isto aconteceu-me com o bilhete de Berlin-->Köln, que custou-me pouco mais que 10€).

2 - COMPRA
A maioria destas companhias, aceita apenas o pagamento via cartăo de crédito/débito, logo, o pagamento via internet é uma fatalidade, creio eu, complicada de contornar. Só é possível o pagamento com cartăo de débito ( Visa Electron, por exemplo) em algumas companhias; mas em todas é possível o uso de um cartăo de crédito Visa comum;
Por todos os motivos e mais algum, eu usei o sistema de pagamento MBnet, que permite, basicamente, a criaçăo de um cartăo Visa temporário com um determinado saldo. Para além deste serviço ser gratuito, pode-se criar quantos cartôes de crédito quisermos e, portanto, pagar quantos bilhetes quisermos, sempre com numeros de crédito diferentes. Deste modo, os dados pessoais da nossa conta năo săo divulgados para além do serviço interno de Multibanco, mantendo o sigilo pretendido. O dinheiro depositado nestes cartôes virtuais que năo seja gasto em compras, voltará `a conta original passados 30 dias, creio;
Ter em conta que o preço destes bilhetes oscila constantemente (aumenta e diminui), convém que se deposite um pouco de dinheiro a mais nos cartôes virtuais; caso năo se o faça, corre-se o risco de năo se conseguir comprar algum bilhete pois o preço dele, actualizado, excede o limite do cartâo, por nós previamente imposto;
Após a compra, convém fazer uma impressăo do voucher de confirmaçăo de reserva e levá-lo no momento do levantamento do documento de embarcaçăo.

3 - EMBARCAÇĂO
Raramente é pedido este voucher (ou a password da reserva) no momento do check-in (ide 2 horas antes...), sendo apenas pedido o passaporte.
Após o check-in, é tudo normal...esperar pela hora de embarque, ir ao portăo de embarque e embarcar.

Nota: tudo o que é consumido dentro dos aviôes é pago, existindo, para isso uma lista e preçário dos produtos disponíveis.

Coisas Úteis:
Vueling § Mapa de Destinos

terça-feira, setembro 19, 2006

Coisas dos sonhos - do meu...

No dia em que comecei a sonhar contigo...
Apaixonei-me por ti!

Coisas do nome Maunsell: a defesa do Tamisa e a conquista da Antarctica...























http://www.ilikecider.com/antarctica/press_articles.htm

segunda-feira, setembro 18, 2006

Coisas e Palavras bonitas

«Strange, the desire
for certain pleasures
is a part of my pain.»

Khalil Gibran

Coisas da distância - D´Ela

Apaga-me os olhos, ainda posso ver-te.
Tranca-me os ouvidos, ainda posso ouvir-te,
e sem pés posso ainda ir para ti,
e sem boca posso ainda invocar-te.
Quebra-me os ossos, e posso apertar-te
com o coração como com a mão,
tapa-me o coração, e o cérebro baterá,
e se me deitares fogo ao cérebro,
hei-de continuar a trazer-te no sangue.
R.M.Rilke

quarta-feira, setembro 13, 2006

Coisas das viagens - Gatwick 06:00 A.M.

Nunca apanhem o vôo das 6.
Curtam lá as cenas que se aprendem na Croácia:
Š Đ Č Ć Ž ł Ł
I mali ko kuna aza kasalista!

sábado, setembro 09, 2006

Coisas do Mundo - Madrid

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Plaza Mayor

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