sexta-feira, outubro 13, 2006

Coisas das Viagens - Diário de Bordo V

V
4 de Setembro, Domingo, Madrid

Viva Espaňa!

Tenho dito por aí que Madrid é uma cidade metropolitana sem nada de especial. O que faz com que Madrid seja tăo apetecível e um destino tăo escolhido, creio, săo as pessoas que lá vivem (com a famosa movida marilena) e os locais interessantes que existem em redor da cidade.

Neste dia, resolvi ir passear. E fui precisamente a Chinchón [4.000 habitantes], local já amplamente recomendado e, em concreto pelo Ginete, que é um tipo de boas ideias.

Chinchon situa-se, sensivelmente, a 50 Km de Madrid. É uma pequena povoaçăo perdida no meio dos montes que tem um espaço muito sui generis. Para além da praça de touros, năo há muito mais que ver em Chinchón. Mas, só a praça, já vale o deslocamento.

A praça é uma "arquitectura" (como se dizia no Funchal em Janeiro do corrente); ela é a principal praça da vila (o ayuntamiento), ela é o grande parque de estacionamento da vila, ela é o cenário poético e paisagistico dos edifícios (muitos em tabique) que a circundam, ela é uma praça de touros debaixo dos edifícios habitacionais que confinam o largo. Quando há corridas de touros, săo vendidos bilhetes para as bancadas; bancadas essas que săo precisamente as varandas destes edifícios (um ou dois hotéis muito cosi e meia dúzia de restaurantes com todo o ar de coisa séria).

No lado oposto, a confinar o largo, existem habitaçôes de piso térreo e um par de esplanadas, debaixo das frescas arcadas. A recomendaçăo é: um café-solo debaixo destas arcadas.

Depois, năo custa nada subir até ao adro da igreja para ver a praça de cima, pixelizada pelos telhados circundantes.

Ainda há outra coisinha, que é ir ao antigo forte, hoje uma ruína năo aberta ao público (propriedade privada...); mas consegue-se, também aqui, ver os telhados de Chinchón.

Depois disso, siga a marcha que se faz tarde.
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Ver grande.

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Ainda nesse dia, passei na ampliaçăo do Rainha Sofia, que só havia visto em construçăo há uns anos atrás. Quanto a mim, há trěs ou quatro coisas interessantes acerca deste edifício: o desenho dos limites da cobertura (em apenas "uma peça" e com o desenho literal do lote de implantaçăo); a presença que esta cobertura tem no espaço semi-exterior do edifício (criando uma conotaçăo de "semi-público"); as portas rotativas da entrada (interessantíssimas peças de desenho e de construçăo espacial, quer abertas, quer fechadas); os "buracos" nas coberturas, que fecham a intençăo da dualidade interior/exterior do espaço já referido.

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O Nouvel já demonstrou antes o seu interesse pela cinética (cinemática?) na arquitectura; nesta matéria, talvez a fachada do Instituto do Mundo Árabe em Paris seja o exemplo mais evidente deste interesse. O Arq. Joăo Santa-Rita dizia que, o que mais o fascinava, năo era a fachada em si, mas sim o facto do Nouvel a ter feito com pouco mais de vinte anos...

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Quanto á ampliaçăo do Rainha Sofia, no seu interior năo tem nada de especial e é desapontante. Provavelmente, o despojamento poético no interior do edifício até seja propositado (por ser um espaço de exposiçôes); mas o facto de ser uma atitude tăo diferente da tomada no Pompidou, faz com que as expectativas saiam um pouco furadas.

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15 de setembro de 2006

Nessa noite, fomos comer tapas e beber tinto de Verano . Há imensos gays em Madrid; imensos gays em Madrid.

Como foi nesse dia que a selecçăo espanhola ganhou o título do mundial de Baloncesto, fomos, claro está, para a Plaza de Castilla receber os jogadores e a taça e cantar o Viva Espaňa! Por detrás da euforia, ardia a nova torre em construçăo. Foi pena năo ter levado a máquina fotográfica nesse dia, muita pena...O cenário fez-me lembrar as Tentaçôes de Santo António , do Bosch que, como decerto saberăo, poderá ser visto no nosso Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

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Ver grande.

Depois do fogo de artifício e de ficar roucos na comunhăo copofónica, fomos para casa.

Do quarto do André, vě-se a varanda do Ginete, que fica na Calle transversal, logo a seguir. Se, uma bela noite, andarem por perto da Plaza Mayor e ouvirem o assobio do Kill Bill , distinto por entre o silěncio, há uma séria probabilidade desse sonido estar a ser produzido por emigrantes portugueses que, para que năo haja confusôes linguísticas a altas horas da noite, optam sabiamente pela linguagem universal.

A propósito, Ginete, a cúpula por cima da tua varanda fica-te muito bem.

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Patrocínios:

Bons Ventos

.G

Desconcertina

3 Comentários:

Às 17 outubro, 2006 10:06, Blogger .G disse...

estas historias já sei! agora querro saber das aventuras na croacia tio! anda lá despacha lá o diario!

ps. sim de facto a cópula é uma coisa que gosto muito de desenvolver na minha varanda!... mas nao sabia que se via da casa do andré!

 
Às 19 outubro, 2006 08:05, Blogger Sérgio Xavier disse...

Mex...isto tem sido difícil por aqui...acho que o diário vai ter de aguardar até uma altura em que tenha maior disponibilidade de internet...

A cópula vě-se e, provavelmente, ouve-se da casa do André! Cuida-te!

 
Às 07 novembro, 2006 16:34, Blogger imo disse...

a retina também viaja.
parabéns pelas fotografias.

 

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