sexta-feira, julho 29, 2005

Coisas das histórias – O homem que não chegou a suicidar-se IV

Na segunda gaveta encontrava-se a carta que se destinava a Trinta e Três e, em vez de um desenho, existia um texto que antecedia as suas palavras.

“Quando não nos entende, é porque é estúpido; quando não se faz entender é porque é egocêntrico; quando se cala é porque é parvo e quando é mais esperto que nós, é porque é idiota.”

Suponho que era algo escrito por alguém importante, mas não consegui averiguar quem...

As suas palavras:

“Todas as tuas ideias filosófica e politicamente correctas só me deram vontade de fazer asneiras. Gostavas de pensar por mim e por ti, escondendo os jogos de manipulação atrás de uma sensibilidade maternal – e a isso chamaste um grande amor...mais uma brilhante demagogia! Mais tarde, continuaste sem entender que não havia nada que entender – pois havia só o desejo e o desejo de vivê-lo. Disseste que estavas confundida, e mesmo isto foi racional. É assim que vemos uma pessoa de mente aberta fugir à sua vida, pelo medo de a viver; é assim que vemos, uma pessoa com um talento promissor, sonegá-lo para ter uma vida igual a tantas outras – aquela “vida quadrada” de que tanto nos rimos; a “vidinha” que tanto repugnámos, no passado. Vai ser sempre assim; precisamente igual àquilo que nunca quiseste, não é?

Só o amor me faz foder. Só o amor me faz foder.”

2 Comentários:

Às 29 julho, 2005 13:29, Blogger Ana disse...

:) tou a gostar .... go on go on ;)

beijos Ana

 
Às 29 julho, 2005 13:29, Blogger Ana disse...

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